A definição da carteira
Capítulo III
Nesta postagem vou explicar os passos que utilizei para definir a minha carteira alvo de investimentos. Mas antes de iniciar precisamos de algumas considerações:
- Trata-se de uma estratégia pessoal e que deverá ser analisada tendo em mente que pode ou não ser ideal para outras pessoas.
- É algo que acredito e faço.
- Tenho plena convicção de que existem riscos e o mais importante: eu os conheço.
Agora chega de delongas e vamos ao que interessa, os passos que eu dei para montar a minha carteira atual (que vocês viram na postagem anterior) são:
- Entender o meu perfil de risco: existem três perfis de investidor (Conservador, Moderado e Agressivo). Basicamente, eles procuram compreender o seu entendimento sobre o mercado financeiro, ativos, cenários econômicos, objetivo financeiro e Paciência Financeira. (clique aqui para saber mais sobre Análise de Perfil de Investidor)
- Entender o mercado macro econômico: Para montar a sua carteira você precisa entender para onde o mercado está caminhando. Abaixo compartilho alguns índices e perspectivas que busco entender para sempre atualizar minha carteira:
- Taxa Selic atual e tendência;
- Taxas mais altas movimenta o mercado para a renda fixa, taxas menores movimenta o mercado para a renda variável.
- Previsão do PIB do ano atual e do próximo ano;
- PIB crescendo potencializa ganhos com renda variável pois com a economia crescendo aumenta as chances das empresas também crescerem (ou não, depende muito da gestão).
- IPCA dos últimos 12 meses e tendência;
- IPCA alto aumenta a dificuldade em obter ganhos reais.
- PNAD e tendência;
- Taxa de desemprego alto indica menos pessoas com dinheiro mensal no bolso e mercado de bens e serviços mais frio podendo impactar no desempenho das empresas (ou não, UBER esse ano bombou! E olha que vamos encolher 3,8%!)
- Índice Ibovespa;
- Indica o ânimo do mercado. Aqui precisa-se de muito cuidado, o mercado é doido e eu já vi empresas em processo de recuperação judicial subindo 5% em um dia! Quem é o louco que coloca seu dinheiro em empresa que está falida?
- Entender qual será a sua distribuição entre Renda Fixa e Renda Variável. Veja como joga as variáveis:
- Quanto mais jovem for, mais exposição a Renda Variável pode ter.
- Quanto mais velho for, mais exposição a Renda Fixa deve ter.
- Quanto maior o prazo do objetivo financeiro, mais exposição a Renda Variável pode ter.
- Quanto menor o prazo do objetivo financeiro, mais exposição a Renda Fixa deve ter.
- Quanto maior a Paciência Financeira, mais exposição a Renda Variável pode ter.
- Quanto menor a aversão as perdas, mais exposição a Renda Variável pode ter.
- Quando desconhece a saúde financeira da empresa, zero exposição a Renda Variável deve ter.
- Definir quais empresas estarão no portfólio que compõe a Renda Variável: aqui não tem segredo. Como eu faço Buy&Hold, eu estudo a saúde financeira da empresa. Basicamente vejo se ela tem patrimônio consistente e crescente, lucro líquido consistente e crescente, margem boa e consistente, dívida pequena e controlada. Pra ter acesso ao histórico financeiro das empresas eu utilizo esse site. Aqui você tem um tutorial muito bom sobre essa estratégia e sobre a maneira de selecionar os papéis para a sua carteira. Neste momento deve-se ter cuidado para não se expor demais em apenas um setor de empresas.
- Definir quais tipo de Renda Fixa investir (pré-fixada ou pós-fixada). Aqui é arte, entender para onde o mercado vai, se a tendência é de alta de juros fico mais exposto a pós-fixado, se a taxa está no início da tendência de queda fico mais exposto ao pré-fixado. Se você não quer se preocupar com isso, vai no pós-fixado que assim irá acompanhar o mercado. Pra onde ele for, você vai.
Uma vez montada a carteira, o trabalho é menor. Agora é só acompanhar o mercado para direcionar os aportes. Pra isso existem alguns direcionamentos:
- Acompanhar mensalmente a proporção atual dos ativos para definir onde irá aplicar o aporte mensal para acompanhar a carteira objetivo. Ex: Como você viu ontem, minha carteira alvo é 50% em Renda Variável e 50% em Renda Fixa, para alcançar a minha carteira alvo eu preciso colocar os meus aportes mensais em Renda Variável. Sim, o ajuste é nos aportes. Nada de ficar girando patrimônio!
- Uma vez por ano revejo minha carteira de Renda Variável para entender se as empresas que fazem parte do meu portfólio ainda são boas.
Mas uma dica de ouro é: se você não conhece sobre o ativo é melhor nem entrar. Se você não sabe sobre Tesouro Direto, Ibov, Qualidade Financeira da Empresa, Taxa de Juros, IPCA....é melhor continuar na poupança mesmo. O melhor investimento é aquele que você domina e conhece!
O melhor jeito de mitigar riscos é conhecendo de fato o que você está fazendo!
Na próxima postagem vou compartilhar meu portfólio de conhecimento com todos os livros e vídeos que eu julgo que foram importantes para o meu entendimento financeiro.
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