terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Simplesmente não sigo o Ibovespa
Capítulo V

Sei que este capítulo pode gerar muito pano pra manga. Mas queria apenas deixar claro que o Ibovespa é composto pelas ações mais negociadas em bolsa e que não retrata a realidade da sua carteira. Hoje por exemplo, enquanto escrevo, o Ibovespa está em leve queda de 0,07% e a minha carteira segue com uma valorização de 0,27%. E como eu acompanho a minha carteira? Eu uso o Google Finance. É um site em que você coloca o seu portfólio e ele te fornece a cotação individual dos papéis e o consolidado. Tudo ponderado pela quantidade de papeis de cada ação! Simplesmente divino! Aqui está o link.

Abaixo o print do meu portfólio nesse exato momento:


Uma outra forma de você entender como a sua carteira se comporta frente ao IBOV é calculando o beta. Não vou me prolonga quanto ao que é o beta, vários blogs já fizeram isso. O básico é que o beta é um índice de correlação entre o papel e o índice Ibovespa e aqui tem uma boa explicação sobre ele.

Abaixo compartilho o meu beta (lembrando que o beta muda, sempre!). Acho interessante calcula-lo uma vez por mês apenas a título de informação. Para entender se você está muito, médio ou pouco exposto ao Ibov.


Na tabela acima temos os 10 papéis que fazem parte da minha carteira de ações. Na coluna representatividade temos quanto cada papel está em termos de porcentagem dentro da carteira de ações, na coluna 'beta' está o beta de cada ação (peguei neste site!) e na última coluna o beta ponderado. A partir da soma dos betas ponderados temos 0,74 que é o beta da minha carteira. O que isso quer dizer? Alguns diriam que eu sou conservador e que não irei pegar a curva de valorização do Ibovespa em 2017. Porém, o importante mesmo é comprar ações de empresas boas, com lucros consistentes, patrimônio crescente, dívida controlada e pequena. Se você não é especulador, o beta não serve pra nada!

Não vou me prologar, mas apenas queria dizer que aqueles que vivem tentando bater o mercado acabarão batendo a cabeça na parede. 

Invista em valor e não em preço!
 Abraços e Feliz Ano Novo!

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Conteúdo não programático
Capítulo IV

Como vocês viram, não tem muito segredo na construção da carteira. Não é um bicho de 7 cabeças, basta apenas dar um passo de cada vez e somente quando você se sentir seguro. E para se sentir seguro é preciso ler bastante. Abaixo compartilho os livros que eu li e os vídeos que me ajudaram. Lembrando que a ideia não é fazer críticas às obras. Espero que curtem! Inclusive, aceito sugestões para as próximas leituras.

Livros

Pai Rico Pai Pobre (Robert Kiyosaki e Sharon Lechter)
O Homem Mais Rico da Babilônia (George Samuel Clason)
Investimentos - Como Administrar Melhor o seu Dinheiro (Mauro Halfeld)
Mercado de Renda Fixa no Brasil - Ênfase em Títulos Públicos (Paulo Lamosa Borges)
500 Perguntas (e Respostas) Básica de Finanças - Coleção Expo Money (Hugo Daniel Azevedo)
Crash: Uma Breve História Sobre a Economia (Alexandre Versignassi)
O Capital no Século XII (Thomas Piketty)
O Mapa do Tesouro Direto (Mara Luquet)
Saga Brasileira - A Longa Luta de um Povo por Sua Moeda (Miriam Leitão)
Como Organizar Sua Vida Financeira - Coleção Expo Money (Gustavo Cerbasi)
Os Segredos da Mente Milionária (T. Harv Eder)
O Investidor Inteligente: O Guia Clássico para Ganhar Dinheiro na Bolsa (Benjamin Graham)
Investimentos Inteligentes (Gustavo Cerbasi)

Vídeos

Uma Forma Fácil de Analisar Balanços para Comprar Ações - Bastter.com (https://goo.gl/pEkQiD)
Dicas do Bastter para Acumular Patrimônio - Bastter.com (https://goo.gl/jL14LF)
A Filosofia Bastter de Acumular Patrimônio - Bastter.com (https://goo.gl/3a3cw1)
Vocês são Burros assim Mesmo ou Estão de Sacanagem? - Bastter.com (https://goo.gl/P22wyl)
Como Administrar as suas Finanças Pessoais - Renê Estevam (https://goo.gl/ZNctjg)
Cómo Funciona la Máquina Económica - Ray Dalio (https://goo.gl/KP49L8 ou https://goo.gl/bzIGRi)


sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

A definição da carteira
Capítulo III

Nesta postagem vou explicar os passos que utilizei para definir a minha carteira alvo de investimentos. Mas antes de iniciar precisamos de algumas considerações:
  1. Trata-se de uma estratégia pessoal e que deverá ser analisada tendo em mente que pode ou não ser ideal para outras pessoas.
  2. É algo que acredito e faço.
  3. Tenho plena convicção de que existem riscos e o mais importante: eu os conheço.
Agora chega de delongas e vamos ao que interessa, os passos que eu dei para montar a minha carteira atual (que vocês viram na postagem anterior) são:
  1. Entender o meu perfil de risco: existem três perfis de investidor (Conservador, Moderado e Agressivo). Basicamente, eles procuram compreender o seu entendimento sobre o mercado financeiro, ativos, cenários econômicos, objetivo financeiro e Paciência Financeira. (clique aqui para saber mais sobre Análise de Perfil de Investidor)
  2. Entender o mercado macro econômico: Para montar a sua carteira você precisa entender para onde o mercado está caminhando. Abaixo compartilho alguns índices e perspectivas que busco entender para sempre atualizar minha carteira:
    • Taxa Selic atual e tendência;
      • Taxas mais altas movimenta o mercado para a renda fixa, taxas menores movimenta o mercado para a renda variável.
    • Previsão do PIB do ano atual e do próximo ano;
      • PIB crescendo potencializa ganhos com renda variável pois com a economia crescendo aumenta as chances das empresas também crescerem (ou não, depende muito da gestão).
    • IPCA dos últimos 12 meses e tendência;
      • IPCA alto aumenta a dificuldade em obter ganhos reais.
    • PNAD e tendência;
      • Taxa de desemprego alto indica menos pessoas com dinheiro mensal no bolso e mercado de bens e serviços mais frio podendo impactar no desempenho das empresas (ou não, UBER esse ano bombou! E olha que vamos encolher 3,8%!)
    • Índice Ibovespa;
      • Indica o ânimo do mercado. Aqui precisa-se de muito cuidado, o mercado é doido e eu já vi empresas em processo de recuperação judicial subindo 5% em um dia! Quem é o louco que coloca seu dinheiro em empresa que está falida?
  3. Entender qual será a sua distribuição entre Renda Fixa e Renda Variável. Veja como joga as variáveis:
    • Quanto mais jovem for, mais exposição a Renda Variável pode ter.
    • Quanto mais velho for, mais exposição a Renda Fixa deve ter.
    • Quanto maior o prazo do objetivo financeiro, mais exposição a Renda Variável pode ter.
    • Quanto menor o prazo do objetivo financeiro, mais exposição a Renda Fixa deve ter.
    • Quanto maior a Paciência Financeira, mais exposição a Renda Variável pode ter.
    • Quanto menor a aversão as perdas, mais exposição a Renda Variável pode ter.
    • Quando desconhece a saúde financeira da empresa, zero exposição a Renda Variável deve ter.
  4. Definir quais empresas estarão no portfólio que compõe a Renda Variável: aqui não tem segredo. Como eu faço Buy&Hold, eu estudo a saúde financeira da empresa. Basicamente vejo se ela tem patrimônio consistente e crescente, lucro líquido consistente e crescente, margem boa e consistente, dívida pequena e controlada. Pra ter acesso ao histórico financeiro das empresas eu utilizo esse site. Aqui você tem um tutorial muito bom sobre essa estratégia e sobre a maneira de selecionar os papéis para a sua carteira. Neste momento deve-se ter cuidado para não se expor demais em apenas um setor de empresas.
  5. Definir quais tipo de Renda Fixa investir (pré-fixada ou pós-fixada). Aqui é arte, entender para onde o mercado vai, se a tendência é de alta de juros fico mais exposto a pós-fixado, se a taxa está no início da tendência de queda fico mais exposto ao pré-fixado. Se você não quer se preocupar com isso, vai no pós-fixado que assim irá acompanhar o mercado. Pra onde ele for, você vai.
Uma vez montada a carteira, o trabalho é menor. Agora é só acompanhar o mercado para direcionar os aportes. Pra isso existem alguns direcionamentos:
  1. Acompanhar mensalmente a proporção atual dos ativos para definir onde irá aplicar o aporte mensal para acompanhar a carteira objetivo. Ex: Como você viu ontem, minha carteira alvo é 50% em Renda Variável e 50% em Renda Fixa, para alcançar a minha carteira alvo eu preciso colocar os meus aportes mensais em Renda Variável. Sim, o ajuste é nos aportes. Nada de ficar girando patrimônio!
  2. Uma vez por ano revejo minha carteira de Renda Variável para entender se as empresas que fazem parte do meu portfólio ainda são boas. 
Mas uma dica de ouro é: se você não conhece sobre o ativo é melhor nem entrar. Se você não sabe sobre Tesouro Direto, Ibov, Qualidade Financeira da Empresa, Taxa de Juros, IPCA....é melhor continuar na poupança mesmo. O melhor investimento é aquele que você domina e conhece!

O melhor jeito de mitigar riscos é conhecendo de fato o que você está fazendo!

Na próxima postagem vou compartilhar meu portfólio de conhecimento com todos os livros e vídeos que eu julgo que foram importantes para o meu entendimento financeiro.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Balanço de Dezembro
Capítulo II

Como trata-se do primeiro balanço, queria deixar claro algumas coisas:
  • Sempre faço o fechamento no dia 15 pois meu adiantamento salarial cai dia 16 e com o dinheiro do adiantamento eu faço o aporte mensal, pois é o balanço que direciona onde deverei aportar.
  • Estou juntando dinheiro e investindo desde de Janeiro/2014 e de lá pra cá tive os seguintes movimentos:
    1. Até Julho/2014 eu investia 100% em Poupança (estava estudando sobre Renda Fixa);
    2. de Agosto/2014 até Julho/2015 eu investi 100% em Tesouro Direto (estava estudando sobre Renda Variável);
    3. A partir de Julho/2015 passo a considerar Renda Fixa em pequenos e médios bancos;
    4. A partir de Abril/2016 eu comecei a investir em Renda Variável e Renda Fixa;
  • Para calcular a minha meta financeira, eu fiz o seguinte cálculo:
Figura 1 - Equação utilizada para estabelecer a meta financeira.
  • Esse 4% do cálculo acima, se refere a retirada que eu pretendo fazer do principal no futuro. Não entendi direito como foi calculado, mas várias pessoas da área financeira defendem essa regra dos 4% (dá um Google). Como eu ainda não tenho conhecimento suficiente para dizer qual a porcentagem ideal, vou seguindo com esses 4%. Ele não impactada nada agora, se lá na frente eu descobri que a retirada pode ser de 6% ao ano, ótimo! Porém, se eu descobrir que o ideal é de 3% ao ano, Paciência Financeira.
  • Em uma próxima oportunidade eu explico a minha carteira alvo e como eu montei ela.
4,37% é o número do mês!

Abaixo um extrato do meu status atual:

Figura 2 - Proporção entre renda variável e renda fixa para o balanço de dezembro (meta é de 50% pra cada)


Figura 3 - Distribuição dos ativos que compõem a minha carteira em 15/12/2016.


Figura 4 - Distribuição das ações dentre os 17,2% aplicados em renda variável.


Alguns outros números que não valem a pena colocar em forma de gráficos:

  • Meu patrimônio líquido teve um crescimento real de 2,14% em relação ao mês anterior. (Patrimônio! Não Investimentos!)
  • Minha meta era alcançar 5,19% da meta principal até Dezembro/2016 mas não consegui (Paciência Financeira!)
  • A bolsa jogou contra esse mês pois tivemos o aumento dos juros nos EUA e as citações da Lava Jato acertando em cheio o governo do Temer.
  • Renda fixa pré-fixada jogou a favor pois tivemos um IPCA de 0,18% em Novembro/2016 (15,1% do total do meu patrimônio é renda fixa pré-fixada).


Os motivos e o nome deste blog
Capítulo I

Caros, mensalmente faço aportes financeiros e acompanhamento do meu patrimônio líquido em busca de uma independência financeira. Como a maioria dos meus amigos próximos seguem a manada, são poucos (na verdade dois) os quais consigo manter um nível de conversa mais OK. Todos os meus amigos possuem uma relação com o dinheiro nada saudável, chego a receber críticas pelo meu jeito (vivo abaixo do padrão de vida que poderia viver) mas sei que estou fazendo o meu enquanto o nosso Congresso aprova mais e mais reformas financeiras de austeridade que, querendo ou não, nos atinge de maneira negativa. Não trato aqui (nem é o foco) da necessidade ou não delas serem aprovadas para que a economia volte a crescer, independente disso, precisamos concordar que ela atinge os trabalhadores de forma negativa (juros altos, maior tempo de contribuição social, etc). Enquanto tudo isso acontece em Brasília, busco fazer o meu, na surdina, quieto, de grão em grão, de aporte em aporte.

Porém, infelizmente, são poucos os que me entendem e que conseguem manter um nível de conversa financeira razoável. Daí a necessidade de um blog, compartilhar estratégias com quem entende, receber feedbacks de quem sabe (ou procura saber) do mercado financeiro, compartilhar ferramentes de controle financeiro, dividir estratégias de longo prazo, métodos de acompanhamento e muitas outras trocas que este blog pode nos fornecer.

Mensalmente irei apresentar o meu patrimônio em termos percentuais. Nada de valores absolutos. Desta forma, acredito que poderemos manter um nível de conversa ótimo sem ter que entrar no anonimato. 

O nome Paciência Financeira é auto justificável,. Não é nada fácil ver a volatilidade do seu patrimônio, nem tão pouco esperar a curva dos juros compostos, muito menos deixar de comprar aquele bem material que você tanto deseja em nome dos aportes mensais. Por isso o termo Paciência e por se tratar de dinheiro, haja Paciência Financeira.

Ah! Só para constar, logo quando eu atingir minha independência financeira darei-me uma viagem entorno do globo. Um sonho que tenho desde que me conheço por gente.

Para estrear, hoje a noite posto o meu Balanço Patrimonial que ocorre todo dia 15.