sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

A definição da carteira
Capítulo III

Nesta postagem vou explicar os passos que utilizei para definir a minha carteira alvo de investimentos. Mas antes de iniciar precisamos de algumas considerações:
  1. Trata-se de uma estratégia pessoal e que deverá ser analisada tendo em mente que pode ou não ser ideal para outras pessoas.
  2. É algo que acredito e faço.
  3. Tenho plena convicção de que existem riscos e o mais importante: eu os conheço.
Agora chega de delongas e vamos ao que interessa, os passos que eu dei para montar a minha carteira atual (que vocês viram na postagem anterior) são:
  1. Entender o meu perfil de risco: existem três perfis de investidor (Conservador, Moderado e Agressivo). Basicamente, eles procuram compreender o seu entendimento sobre o mercado financeiro, ativos, cenários econômicos, objetivo financeiro e Paciência Financeira. (clique aqui para saber mais sobre Análise de Perfil de Investidor)
  2. Entender o mercado macro econômico: Para montar a sua carteira você precisa entender para onde o mercado está caminhando. Abaixo compartilho alguns índices e perspectivas que busco entender para sempre atualizar minha carteira:
    • Taxa Selic atual e tendência;
      • Taxas mais altas movimenta o mercado para a renda fixa, taxas menores movimenta o mercado para a renda variável.
    • Previsão do PIB do ano atual e do próximo ano;
      • PIB crescendo potencializa ganhos com renda variável pois com a economia crescendo aumenta as chances das empresas também crescerem (ou não, depende muito da gestão).
    • IPCA dos últimos 12 meses e tendência;
      • IPCA alto aumenta a dificuldade em obter ganhos reais.
    • PNAD e tendência;
      • Taxa de desemprego alto indica menos pessoas com dinheiro mensal no bolso e mercado de bens e serviços mais frio podendo impactar no desempenho das empresas (ou não, UBER esse ano bombou! E olha que vamos encolher 3,8%!)
    • Índice Ibovespa;
      • Indica o ânimo do mercado. Aqui precisa-se de muito cuidado, o mercado é doido e eu já vi empresas em processo de recuperação judicial subindo 5% em um dia! Quem é o louco que coloca seu dinheiro em empresa que está falida?
  3. Entender qual será a sua distribuição entre Renda Fixa e Renda Variável. Veja como joga as variáveis:
    • Quanto mais jovem for, mais exposição a Renda Variável pode ter.
    • Quanto mais velho for, mais exposição a Renda Fixa deve ter.
    • Quanto maior o prazo do objetivo financeiro, mais exposição a Renda Variável pode ter.
    • Quanto menor o prazo do objetivo financeiro, mais exposição a Renda Fixa deve ter.
    • Quanto maior a Paciência Financeira, mais exposição a Renda Variável pode ter.
    • Quanto menor a aversão as perdas, mais exposição a Renda Variável pode ter.
    • Quando desconhece a saúde financeira da empresa, zero exposição a Renda Variável deve ter.
  4. Definir quais empresas estarão no portfólio que compõe a Renda Variável: aqui não tem segredo. Como eu faço Buy&Hold, eu estudo a saúde financeira da empresa. Basicamente vejo se ela tem patrimônio consistente e crescente, lucro líquido consistente e crescente, margem boa e consistente, dívida pequena e controlada. Pra ter acesso ao histórico financeiro das empresas eu utilizo esse site. Aqui você tem um tutorial muito bom sobre essa estratégia e sobre a maneira de selecionar os papéis para a sua carteira. Neste momento deve-se ter cuidado para não se expor demais em apenas um setor de empresas.
  5. Definir quais tipo de Renda Fixa investir (pré-fixada ou pós-fixada). Aqui é arte, entender para onde o mercado vai, se a tendência é de alta de juros fico mais exposto a pós-fixado, se a taxa está no início da tendência de queda fico mais exposto ao pré-fixado. Se você não quer se preocupar com isso, vai no pós-fixado que assim irá acompanhar o mercado. Pra onde ele for, você vai.
Uma vez montada a carteira, o trabalho é menor. Agora é só acompanhar o mercado para direcionar os aportes. Pra isso existem alguns direcionamentos:
  1. Acompanhar mensalmente a proporção atual dos ativos para definir onde irá aplicar o aporte mensal para acompanhar a carteira objetivo. Ex: Como você viu ontem, minha carteira alvo é 50% em Renda Variável e 50% em Renda Fixa, para alcançar a minha carteira alvo eu preciso colocar os meus aportes mensais em Renda Variável. Sim, o ajuste é nos aportes. Nada de ficar girando patrimônio!
  2. Uma vez por ano revejo minha carteira de Renda Variável para entender se as empresas que fazem parte do meu portfólio ainda são boas. 
Mas uma dica de ouro é: se você não conhece sobre o ativo é melhor nem entrar. Se você não sabe sobre Tesouro Direto, Ibov, Qualidade Financeira da Empresa, Taxa de Juros, IPCA....é melhor continuar na poupança mesmo. O melhor investimento é aquele que você domina e conhece!

O melhor jeito de mitigar riscos é conhecendo de fato o que você está fazendo!

Na próxima postagem vou compartilhar meu portfólio de conhecimento com todos os livros e vídeos que eu julgo que foram importantes para o meu entendimento financeiro.

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